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Brinquedoteca Itinerante e Popular

quarta-feira, 27 de junho de 2018

Resenha Poética com Cláudio Wagner:Do Casulo à Borboleta As mutações da poesia de Eva Potiguar



Do Casulo à Borboleta
As mutações da poesia de Eva Potiguar

                                                                                   “A lagarta rasteja até o dia em que cria asas...”
                                                                                                                        Flávio José
                                                                                            
            Lançado em 2017, pela CJA Edições, o livro Do Casulo à Borboleta é o primeiro livro solo da Professora Doutora Evanir de Oliveira Pinheiro (Eva Potiguar). Eva é uma artista de muitas facetas e de muitos prêmios ganhos ao longo de sua carreira acadêmica e como docente da rede pública estadual. Ela também se destaca na luta pelos direitos a vida dos animas. Mas, aqui nosso objeto será sua poesia, mais especificamente, a contida nas páginas do seu belo livro. Eva Potiguar tem atuação marcante na Sociedade dos Poetas Vivos e Afins do Rio Grande do Norte (SPVA/RN), instituição que congrega o que há de melhor na poesia do Rio Grande do Norte.

            No livro Do Casulo à Borboleta, vamos encontrar uma poesia viva, onde as imagens poéticas construídas pela sua autora levam os leitores a refletirem sobre as transformações da própria vida, sobre os muitos círculos pelos quais passamos, até atingirmos um ápice em nossa evolução, ou seja, nossas metamorfoses. Assim, como "Rhopalocera" (borboletas), enfrentamos em nossa jornada nesse mundo, muitas vezes caótico e sem sentido, as metamorfoses (fazes) da vida, vão dando um sentido a ela.
            A Divisão do livro em capítulos (metamorfoses), reforça o que escrevo em relação a transformações, mutações, processos de evolução pois, ele se apresenta dessa forma: 1. No casulo; 2. Saindo do casulo; 3. E a borboleta nasceu e 4. E a borboleta voou.
No primeiro capítulo, somos levados para o mundo em fase embrionária, estamos no casulo. Vivemos os primeiros momentos de nossa transformação, sentimos as primeiras fases de nosso desenvolvimento, experimentando sensações diversas e adversas, mas sem nos entregarmos, pois, florescer (nascer) é o objetivo. As metáforas construídas por Eva Potiguar, são as timoneiras firmes a nos levar da fase de largaras até nossa apoteose de belas borboletas. Um trecho da poesia cujo título dá nome a obra e vocês entenderão o que estou a dizer:

Como voar
Se a asa está quebrada?
Como tornar-se Borboleta
Sem enfrentar o casulo?
(...)
(p.12)
            Apenas uma estrofe do poema, mas já dá para perceber que as construções poéticas contidas na obra, como as perguntas contidas no trecho acima, são os trechos de nossa viagem no existe, pois nela passamos por percalços, por dificuldades, mas que o objetivo é vencermos, alçarmos voos evoluindo, se metamorfoseando de algo pequeno para algo grandioso. Somos apenas um feto nos primeiros momentos, uma lagarta, mas evoluiremos para um ser humano majestoso e belo, sempre que compreendermos que é essa nossa missão. A poesia de Eva Potiguar nos desperta para isso.
            No segundo capítulo, Saindo do casulo, podemos ler um mar de possibilidades do que é nascer, do que é estar vivo, do que é sair da escuridão necessária, enfrentada na fase de casulo, e vim para a luz, conhecer o mundo exterior, passar a experimentar da energia da vida, do dia, das cores, dos sabores, enfim, do que a vida tem a oferecer de bom e de ruim, mas sempre para nosso fortalecimento individual e coletivo. Cada poesia desse capítulo, é por si só odes a grande festa de estar vivo.
            No terceiro capítulo, E a borboleta nasceu, mais um reforço do que é a vida, agora desnudada pela autora em suas contradições dialíticas com sua tese, antítese e a síntese, que traduzindo, temos as concepções da vida (casulo), do nascer (sair desse casulo) e de enfrentar a vida (voar) para grandes saltos em nossa evolução, como seres humanos. O nascer nessa Tese (fase), começamos a formular ideias que podem ou não nos levar por onde ninguém mais foi. A antítese, nossos primeiros passos já dentro da vida, com altos e baixos, recuos e avanços, essa parte em nossa metamorfose é onde temos que decidir como chegaremos na síntese, certamente o momento mais difícil de entendermos, determinarmos, pois aqui precisamos de autoconhecimento para avaliarmos e reavaliarmos os erros e acertos em nossa trajetória ao longo da vida. Digo sem medo que, autora e poesia se fundem, se conectam, assumem um papel de cumplicidade. Eva Potiguar revela sua própria trajetória, seus altos e baixos, suas retomadas diante dos vários caminhos que ela trilhou, para chegar onde chegou, nos dando o direito de nos enxergarmos no espelho que sua poesia produz e irmos buscar nossas realizações entendendo que também passaremos por várias provas e metamorfoses. 

            O terceiro e último capítulo, E a borboleta voou, me agarro firme às palavras de Flavio José: “A lagarta rasteja até o dia em que cria asas...”. Essas palavras nos ajudam a entender a obra de Eva Potiguar, assim como a obra dela auxiliam a entender essas palavras, porque aos poucos cada coisa vai cumprindo seu papel, vai se transformando, vai evoluindo e a lagarta assim que criar assas, irá levantar seu voou, não mais rastejará, não mais ficara limitada ao chão. A obra Do Casulo à Borboleta nos diz isso, nos prepara para isso, para o momento que também alçaremos voo.


Claudio Wagner
Poeta, professor historiador, Cientista das Religiões, 1º Secretário da SPVA/RN e autor do livro Entre a Sombra da Razão e a Razão da Sombra.


Referencia:
BORHEIM, Gerd A. Dialética: Teoria, Práxis. Porto Alegre: Globo, 1977.
ENGELS, Friedrich. Dialética da Natureza. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1976.
POTIGUAR, Eva. Do Casulo à Borboleta: a poesia da resiliência e transcendência humana, Natal-RN:CJA Edições, 2017.
JOSÉ, Flávio. A natureza das Coisas. Disponível em: https://www.letras.mus.br/flavio-jose/200188/ acesso: 20.06.2018.
O que é Borboleta. Disponível em: https://www.significados.com.br/borboleta. 21.06.2018.

quarta-feira, 20 de junho de 2018

Resenha Poética com Cláudio Wagner: Vem garimpar comigo as minas páginas de "Os Olhos Salgados".

 Vem garimpar comigo as minas páginas de
 "Os Olhos Salgados"


                      No momento em que espanco as teclas do meu   notebook e os caracteres vão dando forma na tela a esse texto, o Brasil passa por uma situação bem complicada por causa de uma greve de caminhoneiros que durou alguns dias e vem causando problemas no abastecimento de alimentos, combustíveis, entre outros produtos. Essa greve que alguns chamam de Luckout, palavra inglesa para dizer que na verdade a paralisação não é dos trabalhadores, que estão à frente, mas sim dos donos das transportadoras (empresários), que buscam pressionar o governo do vampiro Michel Temer, para que o mesmo baixe os preços do óleo diesel, que segundo os caminhoneiros, onera muito o preço dos fretes, deixando pouca margem de lucro para que esses trabalhadores possam sustentar suas famílias. Porém, se é Luckout, greve ou outra palavra, apesar de várias tentativas, o governo federal não conseguia dar fim a paralisação.
            Essa forma que escolhi para marcar o "tempo", é para você perceber de onde estou escrevendo, digo, de que momento da nossa história lhe dou ciência sobre minha narrativa. Já passou um ano, desde que estive no Bardalos Comida e Artes, ali no centro da Cidade do Natal, participando do evento que lançou o livro "Os Olhos Salgados", cuja autoria é do jornalista Cefas Carvalho.
            No livro, Cefas narra a história de Alberto, um homem de meia idade que após perder o grande amor de sua vida, resolve retornar para sua cidade de origem, deixando para trás, tanto o barulho e correria da Cidade de São Paulo, quanto as coisas que assombram sua alma, como as lembrança de sua falecida esposa e seus próprios questionamento a respeito da vida, questões existenciais, que cedo ou tarde chegam e se instalam na busca de que façamos uma prestação de contas conosco, se temos uma vida que valha apena ser vivida, uma vez que acabamos perdendo pessoas que nos são tão caras.
            Take it easy (se acalma), daqui deu para perceber, você aí resmungando, quem diabo que vai ler esse texto, ou mesmo esse livro, porque certamente se trata de um livro cheio de depressão e amargura. Tome tento, vê se perderia meu tempo escrevendo sobre algo amargo, para baixo, depressivo e etc. Sim, confesso até escreveria, mas não é esse o caso.
            Cefas Carvalho com a maestria de uma rendeira, que em cada ponto presenteia o mundo com uma arte única e bem-acabada, dá vida a um homem (personagem) que juntamente com sua filha e agora único elo com a esposa, que já se foi, vão experienciar os prazeres de uma viagem. Pelas suas falas dentro da história e pela forma que o pai a trata, a menina, quase adolescente, é dona de uma inteligência bem aguçada, está sempre a questionar o pai sobre tudo e todos. Ela parece ser a ancora que prende o pai a realidade do mundo, único motivo pelo qual ele mesmo não desistiu de viver, depois que sua esposa morreu. Esse dialogo pai e filha demostra essa ideia que levantei:

- Você está feliz, papai?
- Eu sempre estou feliz se você estiver feliz.
- Essa resposta não vale.
- É uma resposta como qualquer outra…
- É a resposta que os pais sempre dão para
os filhos, até nos filmes!
- Talvez porque seja verdade - argumentei.
Violeta me olhou, arriscou um meio sorriso,
que no caso dela, significava um misto
de felicidade com aceitação da resposta, e
voltou-se para olhar a paisagem…

            Essa conversa das personagens demonstra o grau de envolvimento e cumplicidade pai e filha, assim como demostra a inteligência da menina quando inqueri o pai sobre algum assunto. Poderia ter utilizado de outras falas dentro da história que provariam facilmente essa tese, mas escolhi essa.

            São essas, as personagens principais desse belo romance, no qual faz descrições divinas de cenários paradisíacos e pessoas encantadoras. Um exemplo é a descrição da bela praia de São Miguel do Gostoso, onde pai e filha foram passear, saindo de Natal e lá chegando o pai se vê enamorado por uma bela jovem, cuja descrição feita por Cefas dos seus atributos, deixaria qualquer um por ela apaixonado.
Em outro passeio feito por pai e filha, na paradisíaca Praia de Pipa, Cefas é mais uma vez minucioso, é um arquiteto das palavras, harmoniza, para quem está lendo, todos os encantos e atrativos da bela Pipa com seus: bares, restaurantes, hotéis, pousadas e seu lindo mar, sempre a nos convidar para um delicioso mergulho, seja dia ou noite.
O Paulista-Potiguar, (título outorgando por mim a Cefas Carvalho) é um profundo conhecedor dos temperos de como fazer um excelente romance. Aqui desnudo algumas partes dessa bela história que me cativou como leitor do começo ao fim do livro. Cefas nos coloca dentro dos ambientes de sua narrativa, leva-nos a viver, sentir, desfrutar das emoções dos personagens, e isso está por demais manifesto em “Os Olhos Salgados”.
O encontro do Alberto com uma amiga do tempo de faculdade, na praia de Pipa, essa casada, mas com um marido que não lhe dá a mínima, e uma amiga dela, é algo de fazer com que queiramos não apenas vivenciar o momento, mas também termos um encontro dessa natureza, experimentando o que o Alberto experimentou com essa amiga. E se você nunca passou perto da praia de Pipa, no dia que lá estiver, se sentirá familiarizado com a praia, como se sempre por ali estivesse vivido. Siga meu concelho, leia “Os Olhos Salgados”, que além dessa intimidade que passarás a ter com Pipa, ainda conseguirás entender porque ao olharmos dentro da retina de quem amamos, salgada pelo mar, veremos refletida a beleza da vida, do mundo, esse sempre a se reinventar. Muitas coisas foram aqui sonegadas, pois você é quem irá ler, com a tarefa de garimpar nas páginas de "Os Olhos Salgados" sua própria interpretação.


Claudio Wagner

Poeta, professor historiador, Cientista das Religiões, 1º Secretário da SPVA/RN e autor do livro Entre a Sombra da Razão e a Razão da Sombra.

quarta-feira, 13 de junho de 2018

Resenha Poética com Cláudio Wagner: "Cangaço e o Carcará Sanguinolento e Outras Contações de Histórias"


 "Cangaço e o Carcará Sanguinolento e Outras Contações de Histórias".


            Se Junior Dalberto fosse um médico, tenho plena convicção que ao passar uma receita para um paciente, esse iria passar horas lendo-a, não porque as letras ali fossem difíceis de serem compreendidas, mas porque ele de forma magistral, certamente teria descrito cada elemento químico que compõe o medicamento, ao ponto de o paciente ficar vidrado na descrição e se deleitar com a história incrível que a receita está lhe proporcionando.
            Dalberto tem uma considerável produção literária, das quais destaco Reféns nos Andes (Baseado em fatos reais), Blattdea, Teatro Magico e Pipa Voada Sobre Brancas Dunas. Esse último livro operou em mim uma revolução no que se refere a experiência no prazer de ler. Entretanto, nesse texto, evidenciarei a obra Cangaço o Carcará Sanguinolento e Outras Contações de Histórias, tecendo minha impressão do mesmo, mas já avisando, apenas do conto que dá nome ao livro.
            A obra Cangaço e o Carcará Sanguinolento e Outras Contações de Histórias" que tenho em mãos, é uma segunda edição revisada, atualizada e lançada em 2017, pela Editora CJA.  Em pouco tempo de lançado, o livro já faz sucesso, sendo indicado pela escola CDF para ser trabalhando com seus alunos em sala de aula e faz parte de um projeto do Sindicato dos Policiais Federais, nas escolas públicas potiguares.
Os contos que estão na obra são: Cangaço e o Carcará Sanguinolento, A Sopa da Discórdia, Nefertiti, A gata Egípcia, A Barca de Caronte, O Tango no Espelho, Bordeline, O velório da Marquesa DI Fátimo e O Elevador. Em cada conto Dalberto demonstra toda sua habilidade em contar história e em deixar-nos cativados, loucos para lermos até o fim cada conto e saber como será o desfecho das narrativas.
            No conto Nefelitite, a gata egípcia, fiquei abismando como é que alguém consegue escrever que uma pessoa recebeu de outra uma gata de presente, algo aparentemente tão banal, mas Júnior pega esse fato e faz dele uma história com todos os elementos que uma história excelente tem que conter. Êpa! Falei desse conto assim superficialmente, só para deixar vocês loucos para ler, mas o objetivo aqui é só o conto "Cangaço e o Carcará Sanguinolento" apesar que o livro em si é de excelência.
            Não posso precisar se Júnior Dalberto já leu "O Herói de Mil Faces", de Joseph Campbeel, mas posso jurar de pés juntos, que o menino Cangaço, apelido do personagem do conto, cumpre perfeitamente a saga do herói colocada pelo Campbell ao analisar como se compõe o mito em algumas culturas, que é mais ou menos assim: O herói recebe um chamado no qual é encarregado para uma determinada missão, caso aceite esse chamado, parte para uma jornada e ao retornar, numa apoteose, já não é mais um ser igual aos demais e sim algo revestido de uma áurea especial (grifo meu), já que Joseph Campbeel faz uma análise mais detalhada, aqui eu apenas demonstro em partes, para auxiliar em minha argumentação.
            No conto, um Carcará, ave de rapina comum nos céus do sertão nordestino, causa muito prejuízo para as pessoas que vivem na pequena vila de pescadores ao redor do Açude Gargalheiras, pois os filhotes dos animais que essas pessoas criam, como patos e galinhas, que servem para ajudar na renda ou mesmo para melhorar a mistura de suas refeições, acabam nas garras e no bico da ave que os devora sem dó, nem piedade, o que faz do pássaro um ser indesejado pelas pessoas da região e o menino se vê na obrigação de dar um fim aos dias do carcará, ou seja, essa passa a ser sua missão, sendo o desfecho a execução de tal feito, a apoteose que transformara o menino em homem e o homem, por sua vez, em herói. Dar fim aos dias do carcará comedor de pintos e patinhos indefesos é o chamado de Cangaço, que por esse foi aceito e agora vamos a jornada, até a redenção, ou seja, se ele irá ou não concluir sua tarefa (missão).
            Junior Dalbeto, como bom conhecer da fórmula que constrói um herói, irá dar a esse um guia, um professor, um instrutor, um ser que irá guiar (ensinar) ao menino os ardilosos que se deve conhecer na arte de matar uma ave como o carcará sanguinolento. Daí, em uma outra parte do conto, estão as ações que irão trazer para morar nas serras que circundam o Gargalheiras, um velho índio, profundo conhecedor das técnicas de caça, que serão ensinadas ao Cangaço, para que sua jornada tenha êxito.
            Num lugar remoto e longe do açude Gargalheiras, um índio que perdeu toda sua família no mar, revoltado com esse destino, abandona sua tribo montado em cavalo e depois de cavalgar por muitos dias, acaba de uma forma mágica parando no Gargalheiras. Ele conhece o menino Cangaço e os dois ficaram muito amigos e dessa amizade, o índio ensina para o menino todos os segredos que havia aprendido na sua tribo, desde criança, sobre a arte de caçar. Quando curumim, ele mesmo havia caçado um jacaré e tal feito lhe rendera muito respeito por parte de seu pai e dos outros membros da sua tribo. Conta para Cangaço, que quando um caçador mata um animal, deve comer o coração desse ainda cru, pois assim adquirirá poderes especiais para novas caçadas. No conto, vocês irão ler como isso é descrito em detalhe.
Uma amiga minha, a Gabriela Silva, diz algo em um poema dela que bem descreve o que é um escritor. Lanço mão desse poema aqui para descrever Junior Dalberto:


Ser escritor é
Olhar pra dor e sorrir
Porque sabe que
Usando as palavras certas,
A dor se torna bela.
A saudade cria rimas,
As lágrimas viram estrelinhas,
A ansiedade fica bonita e
Toda a dor vira
Poesia.

            Júnior Dalberto é tudo isso que a Gabriela escreve e até um pouco mais. São muitos detalhes, muitas coisas que sua genialidade coloca no texto que vai fazendo com que as coisas se revistam de novo sentido e nos emocionem em cada novo paragrafo escrito por ele.
            Percebo que qualquer um de nós adoraríamos ser o menino Cangaço, andar por aí com uma baladeira, usando sempre as mesmas roupas que de tão usada, já se confundem com a própria pele. Quem não amaria ser livre para tomar banho na rua sem preocupação com o tempo? Quem não gostaria de se embrenhar nas matas, dentro da caatinga e conhecer as belezas das serras e seus muito encantamentos? Quem não quer ter um amigo confidente que lhe ensine sobre os segredos da vida?
O enredo desse conto tem muitos elementos, tem coisas boas e ruins que acontecem com nosso protagonista, que hora e outra leva umas porradas do pai, que o disciplina. Tem a mãe do menino com seus afazeres e preocupações e uma amiga com quem divide confidencias. Vocês irão conhecer as falas dessas pessoas, as vidas dessas pessoas e darão suas próprias opiniões, assim que lerem esse magnifico livro de Júnior Dalberto. Eu apenas vaguei por alguns momentos do menino, não entrei na sua profundidade, mas em alguns de seus momentos crucias, seu aprendizado para matar o pássaro que muito não acreditam que ele conseguirá.
            Meus estimados leitores, quando lerem "Cangaço e o Carcará Sanguinolento e Outras Contações de Histórias", por favor me avisem se a saga do herói foi concluída? Como nos permite sermos livres esse Junior Dalberto? Dalberto é ou não majestoso na utilização das palavras? O herói até passa por muitas fases, até se transformar em herói, mas aí vão lá e descubram como.

Boa Leitura!!!


Claudio Wagner

Poeta, professor historiador, Cientista das Religiões, 1º Secretário da SPVA/RN e autor do livro Entre a Sombra da Razão e a Razão da Sombra.





Referências:

CAMPBELL, Joseph. O herói de mil faces. São Paulo: Cultrix,1997.
DALBERTO, Júnior. "Cangaço e o Carcará Sanguinolento e Outras Contações de Histórias". CJA-EDITORA, Natal-RN, 2017.
SILVA, Gabriela. Texto que me foi enviado por e-mail. Natal-RN, 06 de junho de 2018.