Artifícios
acres versos doces
O
livro escolhido para resenhar essa semana é do poeta Dilson
Ferreira, um Cearense nascido em Fortaleza, mas que mora em terras
natalense desde de 1958, portanto se considera potiguar e não mede
palavras quando fala de seu amor por Natal. É membro da Sociedade
dos Poetas Vivos e Afins do Rio Grande do Norte (SPVA/RN). Dilson é
o que posso dizer ser um poeta indo e voltando! Sua poesia combina
belezas sutis que deixam quem as lê em estado de graça.
Artifícios acres versos doces, lançado pela
editora Becalete, 2018 e prefaciado por
Ozany Gomes, Presidente da SPVA/RN, tem um conjunto de poemas que
agradam com certeza os mais variados gostos de consumidores desse
majestoso gênero literário que é a poesia.
Confesso que fiz uma leitura apaixonada e
deliciosa do livro de Dilson Ferreira da Silva, indo da primeira
página à última num folego só, sem se quer dar um intervalo na
leitura. Só parei quando consegui me deleitar com todos poemas e ao
final, já comecei a escrever essa resenha como forma de não
esquecer qual a impressão que a leitura provocou no meu ser.
A obra tem cento e setenta e dois poemas
que trabalham temáticas que variam entre o amor, a beleza, a
filosofia e questões do cotidiano da vida, mas apontando essa como
grandiosa, por isso mesmo, boa de ser vivida, desde que compreendamos
a sua real essência. Vê-se nessa obra um
claro compromisso de seu autor em não escrever por escrever ou
publicar por publicar, mas sim de escrever poemas de relevância e
publicar um trabalho de qualidade artística impecável.
Se fez mais que necessário informá-lo, caro
leitor, da existência dessa obra para que a coloque em sua lista de
livros que devem ser lidos, um livro essencial para quem quer ter uma
experiência prazerosos com a leitura e, ao mesmo tempo, se emocionar
com imagens de causar delírios, que só a boa poesia é capaz de
provocar.
Como de costume,
irei dar-lhe um pouco da obra, mas é claro, só um pouco, que é
para aguçar sua curiosidade. Então, lá vai:
Néctar
Na
poesia posso ter o que eu quiser
Em
soneto, trova, melodia ou prosa,
E posso
até insinuar-me à flor Rosa
Pra
qu’ela seja minha amada mulher.
Então,
desfolho-a ao som do bem-me-quer
Que
desnuda, vendo-a assim tão mimosa,
Vou até
sua gruta prazerosa
E sugo
todo néctar que ela tiver.
Ah!
Quantos êxtases! Ah, quanta magia!
Rosa me
quer, e sou um cara sortudo…
E aí,
vamos té amanhecer o dia
...E
amei Rosa em pétalas de veludo,
Sendo
isso apenas nos versos da poesia,
Porque
na poesia, eu posso sonhar tudo!
(p.164).
Poema dado, minhas impressões colocadas ao
longo da resenha, agora deixo a seu encargo, caro leitor, procurar,
comprar e deliciar-se com mais uma bela obra escrita em terras
potiguares, nossa terra tão amada.
Claudio Wagner
Poeta, professor historiador, Cientista das Religiões, 1º
Secretário da SPVA/RN e autor do livro Entre a Sombra da Razão e
a Razão da Sombra.
Referência
SILVA, Dilson Ferreira da. Artefícios.
Mogi Guaçu: São Paulo, 2108.
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