INVERNIA
É do céu que se precipitam as águas que
caem na terra molhando tudo e fazendo com que a vida, poeticamente,
brote de todas as formas e dimensões, pois sem água, não existe
vida, isso é certo. Mas, sou da opinião de que sem arte, também
não. E a natureza nos prova isso, nos presenteando com maravilhosas
obras de arte, que, infelizmente, muitas vezes não paramos para
permitir que nossos olhos as vejam.
Para falar da natureza e sua arte, o poeta
Jadson Lima nos presenteia com a obra “Invernia”. Podemos dizer
que esse livro é uma verdadeira obra de arte, a começar pelo seu
projeto de gráfico que é magnífico, com ilustrações lindas.
Visualmente, o livro está ótimo para ser lido e apreciado. Mas, ao
analisarmos o conjunto da obra, nos deparamos com o que é mais
importante no livro: os poemas. Os poemas contidos nessa obra, foram
concebidos sob a luz da grandiosa poesia, que só uma alma poética
apurada pode conceber. Jadson Lima tem essa alma! Ao ler “Invernia”,
fiquei convencido disso. Para provar o que falo e possa me entender,
deixo aqui uma estrofe do poema que dá nome a essa obra:
Invernia
(...)
Brotando a vida do chão
A terra recebe a chuva
Deixando de ser viúva
Mostrando a grande união
E nessa concepção
Desse grande casamento
Depois do ato, o rebento
Nascendo forte e florido
Milho e feijão já nascido
Pro nosso contentamento.
(p.43)
As 162 páginas de “Invernia” apresentam
registros das memórias do poeta, odes aos seus pais, ao seu amor,
aos professores e ao grande mestre da poesia do nosso Estado, Antônio
Francisco. Há poemas que nos levam a conhecer as entranhas do nosso
sertão, sua beleza e a força do povo que habita essa região.
“Invernia”
tem apresentação de João Batista de Lima, de Bom Jesus/RN e
Prefácio de Lucas Rafael Calado, de São José do Egito/PE, terra da
poesia por excelência. Os textos das orelhas da obra contam ainda
com a contribuição do mossoroense Antônio Francisco, poeta que
despensa qualquer apresentação, além de Davi Lima, filho do Jadson
Lima, o que deve ter feito o coração do pai bater mais forte de
alegria e satisfação.
Os poemas nessa obra, são construídos em
décimas, demonstrando o domínio do poeta como escritor de
literatura de cordel, literatura que poucos dominam devido as regras
da métrica e rima. Vemos na construção de cada verso do poeta, o
espetáculo que a invernia traz para a natureza, onde tudo brota,
nasce, salta e explode para a vida em cores, sabores, gestos, ações,
sentimentos do mais variados. Uma abundância de poemas que falam das
gentes do nosso sertão, que falam das plantas, dos rios, da vida em
suas multiplicas manifestações, nos fazendo sentir todas as suas
pulsações.
Me desculpe, mas vou reler “Invernia”,
para poder me apropriar novamente de tudo que é tão nosso e não
nos damos conta do tamanho da beleza. É preciso que o poeta venha e
decodifique essa beleza para que vejamos em sua plenitude, pois pelos
olhos do poeta, a natureza é observada em toda sua singularidade que
tem a nos oferecer.
Claudio Wagner
Poeta,
professor historiador, Cientista das Religiões, 1º Secretário da
SPVA/RN e autor do livro Entre
a Sombra da Razão e a Razão da Sombra.
Referência
LIMA,
Jandson. Invernia.
Natal-RN, Offset, 2018.
Poeta o seu trabalho leva alegria a nossa vida, super recomendo o livro!
ResponderExcluirTemos no RN grandes construtores de versos e fabricantes de sonhos, são neles que outros poetas se inspiram, como esse cara que tanto me inspira, Jadson Lima, valeu meu irmão, se não de sangue pelo menos de poesia, sou seu fã meu irmão, parabéns pelo livro e conquistas que virão.
ResponderExcluirJadson Lima um otimo poeta do meu Nordeste. Grandioso em tudo que escreve e declama... Parabéns
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