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Brinquedoteca Itinerante e Popular

terça-feira, 31 de maio de 2011

Ação da brinquedoteca na cidade Canguaretama organizada pelo Conselho Tutelar - 17/06/2007













TIPOS DE BRINCADEIRAS E COMO AJUDAR A CRIANÇA BRINCAR

TIPOS DE BRINCADEIRAS E COMO AJUDAR A CRIANÇA BRINCAR
Angela Cristina Munhoz Maluf

(capítulo do livro: brincar prazer e aprendizado -vozes, 2003)
         As crianças precisam atravessar diversos estágios no aprendizado de brincar em conjunto, antes de serem capazes de aproveitar as brincadeiras de grupo. Mesmo depois que ela ganhou confiança em brincar com outras crianças ela gostará, às vezes, de voltar a brincar sozinha ou apenas na presença de amigos, sem colaboração de alguma parte.
Podemos identificar diferentes tipos de brincadeiras sob o ponto de vista da participação social, cada um deles implicando num maior envolvimento entre as crianças e uma maior capacidade de se relacionar e se comunicar com os outros.

Brincadeiras solitárias

         Brincar pode prender totalmente a atenção da criança. Há muito que explorar no mundo: forma, textura (áspero, liso, escorregadio) consistência (duro, macio) cor, gosto. Tudo deve ser explorado, sentido, cheirado, experimentado. No início do brincar, significa isso, e a presença de outra criança não oferece nenhum interesse. Absorvido nas próprias atividades, separado de outras crianças, brinca com coisas diferentes. Freqüentemente silenciosamente, às vezes fala consigo mesmo.

Brincadeiras em paralelo... Brincar na presença do outro

         Antes de mostrar interesse nas brincadeiras de outras crianças, a criança que está brincando sozinha vai querer passar boa parte do tempo brincando ao lado de seus novos amiguinhos, sem fazer esforço para estabelecer contato. Contentar-se-á em brincar ao lado de outras crianças, “em paralelo” e se absorverá na sua própria atividade. No máximo defenderá seus brinquedos. A fala não é geralmente dirigida a ninguém em particular. Até é possível que as crianças brinquem em silêncio.

Observar brincadeiras

         Uma modificação muito grande acontece quando a criança passa a mostrar interesse nas atividades de outras crianças. No início, tal interesse parecerá bastante passivo, e bom espaço de tempo será gasto, simplesmente, na observação das brincadeiras. Pode-se notar, porém, que esse comportamento será bem diferente de uma olhada sem compromisso, pois a criança estará obviamente envolvida, muito absorvida em sua observação. Não há conversas entre eles.

Juntar se à brincadeira... Brincar com os outros do próprio grupo.
         Os primeiros movimentos em direção a juntar-se às brincadeiras de um grupo podem tanto se tranqüilos quanto tempestuosos; isto depende do grupo em questão e da criança que pretende juntar-se. Seja como for, os relacionamentos no interior do grupo tendem a se formar rapidamente, talvez cessar com a mesma rapidez e, freqüentemente, se refazer minutos depois.

Existem dois tipos característicos de brincadeiras nessa fase:
         O primeiro envolve fazer o que todos estão fazendo, apenas para não ser diferente, ou talvez como um meio de tornar-se um membro do grupo. É o que pode acontecer, por exemplo, quando um pequeno grupo de crianças está correndo juntas, gritando qualquer coisa.
         O segundo surge quando membros do grupo estão engajados numa mesma atividade, como, por exemplo, desenhando ou montando um quebra-cabeça em volta de uma mesa, tendo, porém, como principal interesse conversar entre si.
          O assunto da conversa pode afastar-se completamente da atividade que esteja sendo desenvolvida e incluir a troca de informações sobre os pais, os acontecimentos especiais como aniversários e passeios. A atividade em si pode ser mencionada na conversa, mas outra vez ocorrerá em uma situação mais ampla, relacionada com o que as crianças gostam ou não gostam, ou sobre o que cada uma está fazendo.

Brincadeiras Cooperativas

         Em algum momento, o interesse do grupo se desvia da troca de idéias para o jogo no qual está envolvido. Na brincadeira cooperativa, é muito importante pertencer ao grupo. A criança tem um lugar definido, bastante diferente daquele decorrente da atividade individual que caracteriza as brincadeiras solitárias ou em paralelo e, diferente até, da simples socialização peculiar ao processo de se juntar a um grupo. (Cooperação simples).Brincadeiras cooperativas podem constituir, simplesmente, a atividade conjunta de montar objetos com peças de encaixe, ou fazer castelos de areia. A criança toma parte em atividades compartilhadas, fazendo as mesmas coisas, divide brinquedos, espera a sua vez, trabalha com os outros. A conversa é principalmente em torno da própria atividade.

Cooperação Complexa

         Nesse tipo de brincadeira as crianças assumem papéis, esperam a vez, e toda a atividade depende mais do desempenho conjunto do grupo.
         A criança brinca de faz-de-conta, assume um papel e o representa. Participa também de jogos com regras complexas. Certas brincadeiras, como imitar papai e mamãe, por exemplo, podem durar vários dias ou semanas, com graus variáveis de elaboração e com interrupções causadas por outros interesses. A conversa gira principalmente em torno dos papéis representados.
         À medida que cresce, a criança vai incluindo mais tipos de brincadeiras em suas atividades.   Assim, aos dois anos ela não é capaz de brincar cooperativamente, mas aos quatro já consegue. Quando mais crescida ela, ocasionalmente, brinca sozinha ou em paralelo.
         As brincadeiras sociais vão se desenvolvendo à proporção que a criança descobre como se comunicar com as outras, usando a palavra. De um modo geral somente aos dois anos, ela começa a se interessar em observar outras crianças brincando, e até tentar brincar junto. Mas sempre estas crianças são suas rivais, e quando encontra problemas, procura a mãe. Aos três anos ela começa a brincar mais com outras crianças, fica feliz em ser aceita em um grupo.A partir dos quatro anos participa de jogos de faz-de-conta, brinca de forma cooperativa simples, em paralelo, solitária. Nessa idade a criança gosta de todos os tipos de atividade.

         Observando as brincadeiras das crianças, vamos notar o desenvolvimento e as mudanças em seus interesses e nos padrões de seu relacionamento social. Uma tal compreensão tem vantagem adicional de ajudar bastante na vida com uma criança pequena. Por exemplo, sabemos que, uma festa de aniversário com muitas crianças de dois anos de idade não será, jamais, um sucesso. Já aos três anos enquanto algumas crianças estão prontas para participar de brincadeiras de grupo, outras ainda se encontram no estágio solitário ou em paralelo.

         Quando as crianças estão doentes ou sentindo-se inseguras, suas brincadeiras regridem a fases anteriores e elas passam a brincar da forma como o faziam há seis meses ou um ano. Isto é de se esperar e devemos tomar providências para satisfazer as necessidades da criança.
A maior parte das crianças que brinca sozinha, leva mais tempo para atravessar diversos estágios de aprender a brincar em grupo. Nunca devemos forçar uma criança a participar de brincadeiras em grupo se ela não quiser; é perfeitamente possível que ela não saiba como fazer isto, por ainda não estar preparada.

Como podemos ajudar a criança brincar

         À medida que a criança cresce ela vai aprendendo várias brincadeiras, começa a gostar de brincar com outras crianças, e não perde a necessidade e nem o interesse como fazia nos estágios anteriores.
         A melhor maneira de a criança aprender a brincar é respeitarmos seu próprio ritmo, ajudá-la e encorajá-la, se necessário. Se a criança possui oportunidade de brincar com outras crianças da mesma idade, a maioria delas aprende; antes do cinco anos, saberá dividir, compartilhar e conviver bem em grupos. Devemos proporcionar à criança muitas oportunidades de atravessar os diversos estágios de aprendizado. Além disso, é importante se ter idéia do que fazer durante as atividades das crianças, para tornar as coisas mais fáceis para todas elas.

Os adultos podem, dessa maneira, cumprir várias funções:
•Dar apoio;
•Escolher o momento certo para ajudar a criança a se retirar da brincadeira, quando sentir que ela está insegura.
•Assegurar sempre que a criança esteja pronta para novas experiências, deixando que ela se manifeste.
•Dar idéias: sugerir novas atividades, e estar sempre preparado a ter idéias rejeitadas, quando as crianças ficarem determinadas e seguirem outro rumo.
•Estimular conversas: às vezes a conversa decorre naturalmente da brincadeira, desviando a atenção da criança do aqui e agora.
•Dar conselhos: julgar cuidadosamente quando a criança será capaz de aprender com a experiência, ou se é melhor intervir.
•Atuar como juiz: avaliar situações intervir, para resolver atritos ou evitá-los.
•Tomar parte na brincadeira: aceitar qualquer papel que lhe seja atribuído.
•Ajudar uma criança em dificuldades quando alguma tarefa está além das suas capacidades.

         Nunca devemos esquecer que brincar é altamente importante na vida da criança, primeiro por ser uma atividade na qual ela já se interessa naturalmente e, segundo, porque desenvolve suas percepções, sua inteligência, suas tendências à experimentação, seus instintos sociais.
Publicado em 04/05/2005 12:38:00

Angela Cristina Munhoz Maluf - Graduada em Educação Física, Especialista em Psicopedagogia
Retirada do sitio http//www.psipedagogia.com.Br/artigo/artigo.asp?entrID=617


A BIP chegou para brincar e pesquisar

Estamos abrindo um canal de dialógo e pesquisa sobre a importância do brincar e da brincadeira, mostrando a importância de levar a alegria a todos os campos deste estado.
um abraço de Ricardo Buihú idealizador deste projeto que agora é oficial.

Implantação da Brinquedoteca da Casa da Familia de Taipu - Agosto de 2007













Dia das Crianças no Parque das Dunas - 12/10/2006









atividade da BIP - Brinquedos Populares - antiga República das Artes-IFRN no dia 24/08/2007

quinta-feira, 26 de maio de 2011

Acalantos

“Canção para adormecer crianças. É palavra erudita, designando o ato de acalentar, de embalar. No seu sentido musical, equivalente, por exemplo, ao da palavra francesa berceuse e da inglesa lullaby, foi utilizada por extensão e pela primeira vez pelo compositor brasileiro Luciano Gallet. Popularmente, nossos acalantos são chamados cantigas de ninar”. (Oneyda Alvarenga, “Comentários a Alguns Cantos e Danças do Brasil”, Revista do Arquivo Municipal, LXXX, 209, S. Paulo).

Acalantos segundo Veríssimo de Melo

“ A Cantiga de berço, suave embalo e aconchego nos braços das mães e amas carinhosa, foi sempre, em todos os povos, o primeiro gesto da solidariedade ao recém-nascido. A vida começa, realmente, com o primeiro ninado da parteira, o acalanto inaugural, recebido sempre pelo bebê com gritos e protestos terríveis.”
Livro Folclore Infantil. Belo Horizonte:Itatiaia,1985

quarta-feira, 25 de maio de 2011

Contos -Classificação de Cascudo para estudantes e estudiosos.

1- Contos de encantamentos:
Caracterizam-se pela presença do sobrenatural, na narrativa: animais que, de repente se transformam em príncipes; heróis que, com o auxílio de poderes superiores, realizam missões humanamente impossíveis, com a interferência de feiticeiras, fadas, talismãs.
2- Contos de exemplos:
Ensinam que o bem e a verdade devem sempre prevalecer na vida, às vezes, às custas de duras lições.
3-Contos de animais:
Relatam as aventuras dos bichos, no tempo em que os animais falavam.
4-Contos religiosos:
Onde se conta histórias de santos e de Jesus.
5-Contos etnológicos:
Que explicam a origem de alguma coisa: o longo pescoço da girafa, a cauda dos macacos, etc.
6-Facécias: patranhas.
Contos para fazer rir.
7-Contos de demônio logrado:
História em que o demônio leva sempre a pior, com um pactuante humano, o qual é salvo à última hora por um elemento do sexo feminino: esposa, filha, mãe.
8-Contos de Adivinhação:
“Contos onde existe uma adivinhação cuja decifração dará a vitória ao herói”.
9-Natureza denunciante:
Histórias em que um animal ou mesmo algum fenômeno da natureza denunciam crimes que, sem eles, permaneceriam insolúveis.
10-Contos acumulativos:
Aqueles que, por certas circunstâncias, não terminam nunca ou aqueles cujos episódios se articulam num longo encadeamento.




11-Ciclo da morte:
História em que a morte leva sempre a melhor.

Classificação dos Contos

Segundo as palavras do nosso folclorista maior (Câmara Cascudo), este é o mais importante esquema que o pesquisador e estudioso do conto popular deve usar, em seus trabalhos, entretanto, pela sua vastidão e complexidade, por se tratar de assunto altamente especializado e técnico, deixamos de examiná-lo por enquanto, ficando a referência, para os alunos e estudiosos do folclore saberem desde já que se trata do roteiro mais importante, para esses estudos.

segunda-feira, 2 de maio de 2011

QUEM CONTA UM CONTO AUMENTA UM PONTO...

Uma das características dessas histórias, tanto quanto de outras manifestações folclóricas. Muitas vezes, ao ouvirmos a narração de um desses contos, imaginamos que se trata de história inventada por alguém de nossa região.
No seu livro Contos Tradicionais do Brasil, Cascudo diz isto com precisão e erudição: “O Conto, tanto mais tradicional, conhecido e querido numa região, mais universal nos seus elementos construtivos. Um tema, restritamente local, não se divulga nem interessa.”